Mecânica
Unicamp desenvolve sistema digital para alinhamento de pneus
Com informações do Jornal da Unicamp - 29/03/2011Entre as principais novidades do novo equipamento está a redução em 40% do tempo de verificação da angulagem da roda em comparação com o medidor tradicional usado em oficinas e centros automotivos.
Observe as duas câmeras posicionadas em hastes logo atrás do pneu. [Imagem: Antonio Scarpinetti/Unicamp] Pesquisadores da Unicamp desenvolveram um equipamento que permite fazer o alinhamento das rodas de um veículo usando imagens captadas por meio de câmeras digitais de baixo custo.
O equipamento também pode ser mais barato: o protótipo, construído com equipamentos comprados no comércio e sem qualquer ganho de escala, custou menos de R$1.000,00. Duas empresas já se interessaram pelo desenvolvimento do produto.
Sistemas de alinhamento
Os sistemas de alinhamento utilizados no mercado estão baseados na instalação de sensores mecânicos nas rodas dos veículos, exigindo ambientes apropriados para realizar a calibração, o que encarece a instalação e, por decorrência, o serviço final.
Há também o investimento em recursos humanos, uma vez que o operador precisa de treinamento adequado. "O sistema não é muito fácil de ser manipulado. Uma pessoa leiga, por exemplo, não tem condições de operá-lo," explica Paulo Roberto Gardel Kurka, responsável pelo desenvolvimento do novo sistema de alinhamento eletrônico.
O novo sistema é muito mais simples: uma vez que as câmeras estejam posicionadas corretamente e a iluminação seja adequada, qualquer pessoa com um mínimo de treinamento consegue executar a verificação do alinhamento.
A eliminação do processo atual de regulagem da projeção de um feixe de luz em um painel graduado acaba acarretando os 40% de redução de tempo nesse tipo de verificação. Kurka ressaltou, no entanto, que o alinhamento é composto de medição e correção. "É importante lembrar que o tempo de ajuste continua sendo o mesmo", assegurou.
Alinhamento eletrônico
Duas câmeras, alinhadas e dispostas sobre um sistema de posicionamento, capturam a imagem do conjunto roda/pneu a ser analisado.
Tanto a câmera da esquerda como a da direita identificam um mesmo padrão e enviam essas informações para um programa de processamento de imagens.
O programa faz uma reconstrução tridimensional, ou seja, dois padrões são transformados em uma única imagem virtual tridimensional.
O resultado é usado como base para comparação com uma imagem padrão de um pneu alinhado. "A variação é que fornece a informação sobre o estado do alinhamento," explicou Kurka.
Outra peculiaridade dessa técnica de trabalhar com padrões é que as câmeras utilizadas individualmente são de baixa resolução. Quando se fixa o olhar em um pixel pode nem mesmo ser possível detectar uma pequena mexida no pneu.
No entanto, quando se seleciona um padrão de pixels, mesmo que um deles permaneça inalterado, é possível observar uma pequena variação que é captada pelo software. O fato de se trabalhar com um padrão de pixels, e não somente com um, fornece uma precisão chamada sub-pixel.
"É isso que possibilita a medição de pequenas variações de grau, como por exemplo, 0,5° ou 1°. Para isso é importante um padrão de alinhamento. O que medimos é a variação angular", ressaltou o coordenador.
Como o objeto de medição é o nível de inclinação, não importa se o aro do pneu é 14, 15 ou 18.
O sistema de processamento das imagens foi desenvolvido a partir de um software livre chamado "Blender" e de ferramentas de processamento numérico.
by inovação tecnológica
Energia
Brasileiros desenvolvem bioquerosene de aviação
Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/06/2011
O Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Instituto Militar de Engenharia (IME) são parceiros em dois pedidos de patentes para um processo inédito na fabricação de biocombustíveis para aviação.
BioqueroseneDerivado do petróleo, com alto preço no mercado internacional, o querosene de aviação virou foco da estratégia de substituição por biocombustíveis em países como o Brasil e os Estados Unidos.
O interesse comum dos dois países por desenvolver o bioquerosene foi formalizado em um convênio, assinado em Brasília, em Março, durante a visita do presidente Barak Obama.
Em todo o mundo várias empresas e centros de tecnologia também buscam caminhos para o desenvolvimento desse novo biocombustível.
Isso realça a importância do avanço obtido pelos pesquisadores brasileiros, que tornam mais próxima essa realidade, com tecnologias inéditas.
Biomassa não-alimentar
Ao contrário da maioria dos outros estudos, que usam o etanol de cana-de-açúcar ou oleaginosas, usadas também para produção de biodiesel, esses trabalhos utilizam biomassas que não entram na esfera alimentar, tais como cascas de frutos cítricos.
A descoberta foi feita a partir das pesquisas do estudante de doutorado Flávio dos Reis Gonçalves, desenvolvidas na área de Catálise e Processos Químicos, sob orientação de Marco Fraga, do INT, e Luiz Eduardo Pizarro Borges, do IME.
Já com os dois pedidos de patentes dos novos processos catalíticos em mãos, o grupo busca agora o apoio de empresas ou setores da aviação civil ou militar, para realização dos testes de campo.
Além de não concorrer com a produção de alimentos, Flávio Gonçalves destaca que a matéria-prima utilizada pode ser obtida de subprodutos de processos industriais envolvendo uma série de biomassas.
Ao contrário das oleaginosas mais utilizadas para produção do biocombustível, como o pinhão-manso, o insumo não necessita de novas plantações, nem de estudos ou testes de produção.
Biocombustível de aviação
O bioquerosene tem algumas características que tornam seu controle de qualidade mais rigoroso que o de outros biocombustíveis.
Há um fator de risco muito elevado no biocombustível de aviação porque a maioria dos combustíveis tende a congelar nas baixíssimas temperaturas das altitudes a que os aviões são submetidos.
Assim, como o querosene de aviação tradicional, o biocombustível precisa ter o mesmo ponto de congelamento em níveis inferiores a essas temperaturas. Esses parâmetros já foram testados em laboratório com sucesso.
Resta agora apoio de empresas para o teste em aviões. É preciso garantir o funcionamento das turbinas, sem falhas, o que requer um combustível com elevado grau de qualidade.
As vantagens, no entanto, são muitas, além de vir de fonte renovável e sustentável, o processo verde de produção do biocombustível reduz a geração de gases causadores de efeito estufa.
Biomassa vira biogasolina, biodiesel, bioquerosene e outros