Brasileiros desenvolvem técnica de previsão de enchentes
Com informações da Agência Brasil - 28/02/2012
Paisagem inteligente
Antonio Donato Nobre e seus colegas do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) desenvolveram um modelo matemático que ajuda a prever a ocorrência de enchentes calculando a área que um rio cheio abarcará.
"Conseguimos encontrar uma relação matemática que descreve uma propriedade física da paisagem, da topografia, que liga com a hidrologia", disse Nobre.
O modelo matemático é chamado HAND (Height Above the Nearest Drainage, ou altura acima da drenagem mais próxima).
O método, chamado de paisagem inteligente, permite o entendimento da dinâmica da água do rio em caso de enchente.
Maquetes digitais
O processamento matemático das imagens do relevo, captadas por satélite, resulta nas chamadas maquetes digitais, que permitem a visualização nas zonas próximas dos cursos d'água, que podem ser afetadas com uma eventual enchente.
Segundo o cientista, essas zonas são as que têm maior probabilidade de serem afetadas por cheias dos cursos d'água, ou seja, as mais sujeitas a inundações.
Se a informação da maquete digital for comparada com imagens da ocupação efetiva dos terrenos - disponíveis no Google Earth, por exemplo -, é possível saber quais ruas, residências, prédios comerciais e equipamentos públicos poderão ser tomados pelo rio no caso da ocorrência de uma cheia.
"A descoberta facilita visualizarmos a espacialização dos riscos", destaca o pesquisador.
As imagens das áreas vulneráveis, a previsão do comportamento do rio cheio, os dados sobre o volume de chuva e as condições de absorção do solo, juntamente com a previsão meteorológica, permitem que a Defesa Civil trabalhe antecipadamente e evite que desastres naturais provoquem mais mortes e acidentes.
Agricultura sustentável
O sistema pode ser refinado conforme a resolução das imagens disponíveis e com o fornecimento de informações sobre o funcionamento das galerias pluviais nas cidades e o desmatamento em áreas de encosta.
Nobre afirmou que já foram produzidas maquetes digitais de todas as bacias da América do Sul e que o método já é aplicado na Europa.
Além de prever o comportamento dos rios em enchentes, o método da paisagem inteligente pode ser útil para a agricultura e o meio ambiente, ao apontar com mais precisão as áreas que precisam ser efetivamente protegidas e as áreas que podem ser usadas para a lavoura.
Apesar das possibilidades de uso para agricultura sustentável, na discussão do novo Código Florestal os parlamentares não consideraram efetivamente a metodologia. "Nossa pretensão é esclarecer a sociedade brasileira. Os políticos já estão esclarecidos", conclui Nobre.
O modelo matemático criado pelo cientista e sua equipe foi tema de três artigos publicados em revistas científicas internacionais.
Bibliografia:
Height Above the Nearest Drainage - a hydrologically relevant new terrain model
A.D. Nobre, L.A. Cuartas, M. Hodnett, C.D. Rennó, G. Rodrigues, A. Silveira, M. Waterloo, S. Saleska
Journal of Hydroloy
Vol.: 404, Issues 1-2, 29 June 2011, Pages 13-29
DOI: 10.1016/j.jhydrol.2011.03.051
Height Above the Nearest Drainage - a hydrologically relevant new terrain model
A.D. Nobre, L.A. Cuartas, M. Hodnett, C.D. Rennó, G. Rodrigues, A. Silveira, M. Waterloo, S. Saleska
Journal of Hydroloy
Vol.: 404, Issues 1-2, 29 June 2011, Pages 13-29
DOI: 10.1016/j.jhydrol.2011.03.051
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Informática
Chips de arrancada aumentam velocidade de celular em 10 vezes
Com informações da New Scientist - 01/03/2012
Para que o chip rode em modo full por mais tempo, os pesquisadores sugerem incorporar um material de mudança de fase para absorver o calor extra rapidamente.[Imagem: Raghavan et al.]
Computadores que se cansam
Corredores velocistas vão ao limite humano para quebrar recordes de velocidade, mas nem mesmo Usain Bolt poderia manter o ritmo por mais do que alguns poucos minutos.
Agora, engenheiros estão usando esse mesmo princípio para criarprocessadores muito mais rápidos.
Em vez de processadores que tentem rodar a toda velocidade o tempo todo, a ideia é construir chips capazes de tornar smartphones e outros equipamentos portáteis até 10 vezes mais rápidos, sem fritar abateria na primeira arrancada.
"Na realidade, estamos propondo construir computadores que ficam cansados," explicou Milo Martin, da Universidade de Pensilvânia. "Mas o lado positivo é que você pode fazer um bocado a mais por curtos períodos de tempo."
Processamento sob demanda
A proposta de Martin e seus colegas é construir processadores com mais de uma dúzia de núcleos.
Um telefone celular usaria apenas um núcleo para seu uso normal, para conversar com alguém, por exemplo.
Mas bastaria uma solicitação de processamento mais pesado, como o processamento ou a transferência de uma imagem ou uma sintetização do SIRI, para que todos os núcleos entrassem imediatamente em operação, atendendo à solicitação em menos de 1 segundo.
A seguir, os núcleos extras se desativariam automaticamente para resfriar, e ficariam aguardando o próximo sprint.
Os núcleos extras precisarão de um tempo para se resfriar e não fritar o telefone. [Imagem: Raghavan et al.]
Processador Bolt
Para permitir que o chip rode em modo full por mais tempo, os pesquisadores sugerem incorporar um material de mudança de fase, ou PCM (Phase change materials), capaz de absorver calor rapidamente.
O grupo simulou um "chip de arrancada" com 16 núcleos e verificou que ele pode resultar em um aumento de desempenho de 10 vezes sem impor nenhuma exigência nova de hardware para um telefone celulares.
De posse de seus cálculos, os pesquisadores agora planejam construir um protótipo do seu processador de 16 núcleos.
Bibliografia:
Computational Sprinting
Arun Raghavan, Yixin Luo, Anuj Chandawalla, Marios Papaefthymiou, Kevin P. Pipe, Thomas F. Wenisch, Milo M. K. Martin
Proceedings of the 18th Symposium on High Performance Computer Architecture (HPCA)
February 2012
http://www.cis.upenn.edu/acg/papers/hpca12_sprint.pdf
Computational Sprinting
Arun Raghavan, Yixin Luo, Anuj Chandawalla, Marios Papaefthymiou, Kevin P. Pipe, Thomas F. Wenisch, Milo M. K. Martin
Proceedings of the 18th Symposium on High Performance Computer Architecture (HPCA)
February 2012
http://www.cis.upenn.edu/acg/papers/hpca12_sprint.pdf