Nissan Tiida promete mexer com mercado de hatches médios
Modelo, importado do México, tem preços de R$ 53,29 mil a R$ 67,59 mil
Texto: Gustavo Henrique Ruffo Fotos: Gustavo Henrique Ruffo e divulgação
(24-07-07) - Mais de uma empresa já notou que o segmento dos hatches médios vem pedindo novidades. A Volkswagen, tentando segurar mercado, lançou o Golf reestilizado (leia mais sobre ele aqui). A Chevrolet, que liderou por muitos anos o segmento, prepara o Vectra GT para surpreender a concorrência (leia mais sobre ele aqui). A Fiat, por sua vez, dá os últimos retoques na versão 2008 do Stilo (leia mais sobre ele aqui), possivelmente tentando segurar mercado até a chegada do Bravo, carro que vem conquistando a Europa (leia mais sobre ele aqui). Além dos fabricantes mais antigos, tem gente nova querendo uma fatia deste mercado, e com boas razões para acreditar que terá sucesso. Quem duvida tem de dar uma boa olhada no novo Tiida, da Nissan.
Apresentado ontem à imprensa em Guarulhos, na Grande São Paulo, o Tiida começará a entrar no mercado de maneira, a princípio, tímida, como já se tornou tradição entre os fabricantes japoneses. A meta da empresa é vender 260 unidades por mês até o final deste ano, o que dará um total de 1.300 unidades.
Com preços entre R$ 53,29 mil (na versão S, manual) e R$ 67,59 mil (SL, automático), o carro competirá numa fatia em que apenas 35% dos hatches médios são vendidos. O grosso deste mercado está nos carros abaixo dos R$ 52 mil. A questão é que, entre estes 35%, o Tiida tem qualidades para vender muito.
Na versão mais simples, a S, ele já vem com ar-condicionado, direção com assistência elétrica, airbags frontais, alarme, toca-CD e os demais itens de conveniência do segmento, mas com o motor mais potente, um 1,8-litro de 124 cv a 5.500 rpm. A desvantagem é que o motor não tem, e não deve ter, pelo menos a curto prazo, uma versão flexível em combustível.
Na versão mais sofisticada, a SL, os bancos são de couro, o ar-condicionado tem controle digital, o toca-CD tem seis auto-falantes, em vez de quatro, e os freios contam com ABS, EBD (distribuição eletrônica de frenagem) e BA (assistência à frenagem).
O único opcional do Tiida é um câmbio de quatro marchas automático, que acrescenta R$ 4 mil aos valores básicos das duas versões (R$ 53,29 mil para a S e R$ 63,59 mil para a SL), algo que os compradores devem comemorar. Não é segredo para ninguém que colocar equipamentos opcionais em um veículo é certeza de perder dinheiro, já que as cotações de tabela não levam em conta estes itens, mas sim o valor da versão básica, com os equipamentos que ela traz de série. Você pode até vender seu carro mais fácil, se ele for completo, mas não vai recuperar o investimento feito no seu conforto.
Na estrada
O WebMotors teve a oportunidade de avaliar a versão mais completa do Tiida, a SL, tanto com câmbio manual quanto com automático, em uma viagem de ida e volta a Campos do Jordão. A ida foi ao volante do modelo com transmissão de seis marchas.
Logo no primeiro contato com o carro o que se nota é um desenho híbrido entre o do Murano e o do 350Z, os modelos que a Nissan considera como “aspiracionais”, ou seja, aqueles que qualquer fã da marca gostaria de ter. A grade dianteira é nitidamente inspirada na do Murano, enquanto as lanternas traseiras lembram as do 350Z, mas também remetem fortemente ao Peugeot 307, que a marca japonesa aponta como o maior concorrente do Tiida.
Uma olhada mais atenta também mostrará outros elementos de inspiração, como o Chrysler PT Cruiser (preste bastante atenção ao capô e a seus vincos, além do formato da carroceria).
Por dentro, o Tiida traz um acabamento bem cuidado, com materiais de excelente aparência. Os plásticos são macios e o carro todo transmite uma sensação de solidez de construção, que, se for real, dará a seus compradores um carro muito silencioso, apesar de o piso brasileiro não ajudar nisso. Vale lembrar que a Nissan oferece dois anos de garantia ao modelo. Nesse meio tempo, se os painéis começarem a bater, sempre se pode exigir do concessionário a correção do problema.
Os comandos do carro são, de modo geral, bem distribuídos, com sacadas muito boas, como a colocação das regulagens de altura e inclinação do encosto do banco perto do console central, o que abriu espaço para bancos maiores.
O comando dos retrovisores elétricos, de todo modo, fica um pouco escondido, na parte inferior esquerda do painel. O volante também carece de regulagem de distância. Só é possível acertar sua altura, o que não é suficiente para encontrar a melhor posição de dirigir.
Porta-trecos, como se pode imaginar, existem aos montes no carro. Em parte, eles ajudam a compensar o porta-malas pequeno do modelo, de apenas 289 l, menor, por exemplo, que o de um Ford Fiesta.
Na versão SL, o banco traseiro pode ser puxado para a frente e para trás, como no VW Fox, o que ajuda a aumentar a capacidade do porta-malas para 463 l. O custo é que acaba sendo alto, já que o bom espaço interno no banco de trás, uma das características mais positivas do Tiida, acaba ficando muito reduzido.
Além de bascular, o banco traseiro também pode ser reclinado, um luxo interessante para os passageiros que gostam de um pouco mais de conforto.
Em termos dinâmicos, o Tiida se mostrou muito bem acertado e, melhor do que isso, econômico. Com câmbio manual, em sexta marcha, o carro conseguiu manter 120 km/h a 3.100 rpm, algo excelente para um carro com motor 1,8-litro. O nível de ruído interno é bem baixo. Em curvas, apesar de sua proposta de conforto e espaço interno, o Tiida se mostra firme.
O fator mais surpreendente foi o câmbio automático de quatro marchas. Normalmente uma deficiência em outros modelos, no Tiida ele se apresentou muito bem acertado. Ágil na medida certa, ele respondeu prontamente em situações de ultrapassagem e subidas, sem causar ao motorista a mínima sensação de que poderia deixá-lo na mão. De quatro marchas, sim, mas companheiro a toda prova!
Com este bom conjunto e um preço que vai dar o que pensar (até no seguro, que começa nos R$ 890 pela Mapfre), o Tiida promete agitar o segmento. Não por acaso, seu nome deriva de “Tide”. Maré, em inglês. Para a Nissan, pode ser uma maré de boa sorte e vendas expressivas.
FICHA TÉCNICA – Nissan Tiida
MOTOR
Quatro tempos, quatro cilindros em linha, longitudinal, quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote (DOHC), sistema CVVTCS de comando variável de válvulas e refrigeração a água, 1.798 cm³
POTÊNCIA
124 cv a 5.500 rpm
TORQUE
17,5 kgm a 4.800 rpm
CÂMBIO
Manual de seis velocidades ou automático de quatro
TRANSMISSÃO
Dianteira
DIREÇÃO
Com assistência elétrica, por pinhão e cremalheira
RODAS
Dianteiras e traseiras em aro 15”, de liga-leve
PNEUS
Dianteiros e traseiros 185/65 R15
COMPRIMENTO
4,30 m
ALTURA
1,55 m
LARGURA
1,70 m
ENTREEIXOS
2,60 m
PORTA-MALAS
289 l a 463 l, com os bancos traseiros recuados (opção disponível apenas na versão SL)
PESO (em ordem de marcha)
1.207 kg (S, manual) a 1.260 kg (SL, automático)
TANQUE
52 l
SUSPENSÃO
Dianteira independente, tipo McPherson; traseira com eixo de torção
FREIOS
Discos na dianteira e tambores na traseira
CONSUMO
Consumo urbano de 11,6 km/l (manual) e 11,2 km/l (automático); consumo rodoviário de 16,8 km/l (manual) e 16,5 km/l (automático)
PREÇOS
R$ 53,29 mil (S, manual), R$ 57,29 mil (S, automático), R$ 63,59 mil (SL, manual) e R$ 67,59 mil (SL, automático)
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