SEXO VERDE

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Sexo: Seja 'verde' debaixo dos lençóis
Já pensou na energia que poupa se desligar a luz cada vez que fizer sexo à noite? Ou nos efeitos nocivos dos brinquedos eróticos feitos com PVC no meio ambiente? Descubra como tornar a sua vida sexual mais ecológica. Veja o vídeo e leia a Revista Única de sábado dia 2 de Outubro.
Paula Cosme Pinto (www.expresso.pt)
20:00 Segunda feira, 27 de Setembro de 2010

O livro «EcoSexo: Seja Verde Entre os Lençóis»
O livro «EcoSexo: Seja Verde Entre os Lençóis»
Fazer separação do lixo, usar materiais reciclados ou evitar alimentos geneticamente modificados são conceitos que estão cada vez mais enraizados nas nossas escolhas diárias. Mas e no que diz respeito à vida sexual... alguma vez você pensou se estava a ser amigo do ambiente?

Se não pensou, não se preocupe: a escritora norte-americana Stefanie Iris Weiss pensou por si e condensou todas as dicas para sexo mais ecológico no livro "Eco-Sex: Go Green Between the Sheets" ("Eco-Sex: Seja Verde Entre os Lençóis"). Desde lingerie feita de material orgânico a lubrificantes sem químicos, a autora quer mostrar aos leitores que se pode ter prazer ao mesmo tempo que se reduz a pegada de carbono.

Comecemos por um objeto essencial na vida sexual de qualquer casal: a cama. Escolha um colchão de látex natural e uma estrutura de madeira certificada. Quanto à lingerie, tente usar a que é feita de algodão e evite materiais inimigos do ambiente. Já no que diz respeito aos preservativos, procure os biodegradáveis e quanto a lubrificantes recorra aos que são feitos à base de água ou óleo de noz, em vez dos que são produzidos com petróleo.

Se é dado a encontros românticos, porque não um "eco passeio" a dois de bicicleta? Vai certamente contribuir para reduzir as emissões de carbono, já para não falar que terá a desculpa ideal para a seguir pedir uma sensual massagem nas pernas à pessoa amada. Caso presenteie a sua cara-metade com um jantar afrodisíaco, lembre-se de evitar cozinhar espécies em vias de extinção, como as ostras e mariscos, e opte, por exemplo, por frutas que não sejam geneticamente modificadas. Uns morangos (biológicos!) podem fazer milagres na "hora H"...

Embora Stefanie Iris Weiss assegure que o "Eco-Sex" é o primeiro livro sobre "sexo verde" a ser escrito, a verdade é que já em 2002 a Greenpeace tinha abordado o mesmo tema com uma lista de conselhos que "oito anos depois ainda continua a dar origem a muitas mensagens com pedidos de esclarecimento", contou a associação ambientalista ao Expresso.
Banho a dois e sexo ao ar livre

Uma das dicas mais simples dadas tanto por Stefanie Iris Weiss como pela Greenpeace consiste em, nada mais, nada menos, que desligar a luz. Já imaginou a eletricidade que poupa com um simples clique num interruptor antes de se dedicar a horas de prazer noturno? O banho a dois também é aconselhado por ambos. "A água é um bem precioso. No mundo existe mais de um bilião de pessoas que não a têm, pelo que vale a pena partilhar".

Se gosta de brinquedos eróticos, evite os que exigem o uso de pilhas. Mas se tiver de as usar, opte pelas recarregáveis. Quanto aos materiais de que são feitos, a Greenpeace deixa o alerta: "O PVC é dos compostos nocivos mais comuns nestes objetos, estando não só associado à libertação de químicos para o meio ambiente mas também a problemas no sistema reprodutivo humano e malformação de fetos". Por isso mesmo, "já foram vários os Governos que baniram o PVC de brinquedos infantis. Devíamos também evitá-lo no ato sexual", conclui o grupo ambientalista.

Já se é adepto de sexo ao ar livre, a Greenpeace também tem um conselho que pode ser útil: "Pedimos que se assegurem de que o jardim é seguro. E não estamos com isto a falar dos vizinhos mirones, mas sim dos pesticidas e herbicidas que possam aparecer na relva. Estes químicos não são positivos nem para o ambiente, nem para o corpo humano".

Se tem dúvidas quanto à possibilidade de pôr em prática os conselhos ambientalistas na sua vida sexual, Stefanie Iris Weiss garante: "Experimentei todas as dicas pessoalmente e posso assegurar que na pesquisa para este livro me diverti. Não imaginam quanto".

(Texto publicado na revista Única, na edição de 18 de setembro de 2010)

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