O carro que se conduz a si próprio

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O carro que se conduz a si próprio
A Google desenvolveu um carro autómato que promete revolucionar a nossa condução e o método de transporte. Infelizmente não está previsto para breve.
Jorge Fonte (www.expresso.pt)
22:46 Segunda feira, 11 de Outubro de 2010
   

A Google não deixa de nos surpreender e depois de revolucionar o nosso modus operandi na Internet, parece querer também mexer com o nosso dia-a-dia.

O projeto da Google, até agora secreto, foi conhecido este fim de semana, num comunicado no blogue da empresa . O gigante da Internet desenvolveu um sistema que permite automóveis literalmente autómatos, que conduzem-se por si mesmos.

No comunicado da empresa pode ler-se que o objetivo deste projeto é "ajudar a prevenir acidentes rodoviários, dar mais tempo às pessoas e reduzir as emissões de carbono ao alterar por completo o uso do carro."
Condutor sempre preparado para assumir controlo

Nos últimos meses as estradas de São Francisco e Los Angeles têm sido os alvos de teste para estes automóveis, que já percorreram mais de 225 mil quilómetros com apenas algumas interferências de pilotos humanos.

Os veículos funcionam através de um software de inteligência artificial que percebe se algo está próximo do automóvel e responde consoante as decisões que um humano toma. Tudo através de câmaras de vídeo, sensores e um sistema de GPS (com informação detalhada, como limites de velocidade, semáforos e sinais de trânsito).

Mesmo com toda a tecnologia envolvida, durante os testes houve sempre a presença de um humano no lugar do condutor, no caso de haver algum erro e fosse preciso tomar controlo da situação, assim como um co-piloto, responsável pelo sistema de navegação. Os sete carros autómatos percorreram mil milhas (1600 quilómetros) sem qualquer interferência de pilotos de "carne e osso".

A pessoa que está atrás do volante pode mudar a direção, girando o volante e reduzir a velocidade quando está a ser conduzido e, se quiser tomar total controlo do veículo, apenas tem de carregar num botão e este passa a modo manual.

O único acidente registado ocorreu quando o carro Google foi atingido por trás por outro condutor, num sinal vermelho.

Ainda segundo o comunicado da Google, "segundo a Agência Mundial de Saúde, mais de 1,2 milhões de pessoas perdem a vida em acidentes de automóvel". A Google espera que ao ser implementado este sistema, o número reduza para menos de metade, já que os autómatos reagem mais rapidamente que os humanos, têm precepção a 360 graus e não se distraem, não ficam sonolentos e não se drogam nem bebem.
Problemas legais?

Mas em caso de acidente quem deverá ser culpado: A marca responsável pelo veículo autómato que falhou ou a pessoa atrás do volante que não o impediu (já que pode assumir o controlo a qualquer altura)?

A lei não é explícita quanto ao assunto, mas os responsáveis pelo projeto pediram às autoridades locais a permissão para testarem estes carros autómatos.

Segundo Bernad Lu, conselheiro do Departamento de Trânsito da Califórnia, "a tecnologia está muito à frente das leis atuais. Se olharem para o código, há dezenas de leis que se referem ao condutor do veículo e todas elas presumem que é um humano que opera o veículo."

Lu disse que o departamento legal da Google reviu toda a legislação. Como existe sempre uma pessoa dentro do volante pronta a assumir o controlo, as experiências são legais.
Frota de sete veículos já foi vista

Os veículos equipados com esta tecnologia, que percorreram os 225 mil quilómetros, são seis Toyota Prius e um Audi TT e podem ser personalizáveis quanto ao seu "feitio": cauteloso ou agressivo.

Ao longo dos vários meses em que foram feitos os testes, vários internautas relataram os carros tecnologicamente modificados da Google, mas pensaram tratar-se da nova versão para o "Google Street View". No entanto, agora que o projeto secreto foi divulgado, começam a aparecer fotografias e vídeos dos carros em ação.

O blogger tecnológico Robert Scobler, do site Scobleizer , disponibilizou um vídeo onde mostra um destes carros na autoestrada.

Apesar dos avanços, a produção em série de veículos deste tipo ainda está longe. O New York Times revela neste artigo , após experimentarem o carro, que esta tecnologia só estará completamente operacional, nas expetativas mais optimistas, daqui a oito anos.
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