Faça amizades no trabalho
por Karen Jardzwski
Amigos verdadeiros ajudam a melhorar a saúde, tornam a vida melhor e aumentam a satisfação profissional. Você tem um grande amigo no local em que trabalha? A resposta para essa pergunta pode revelar muito sobre você, sua saúde, sua satisfação e seu desempenho profissional. E, mais, também pode dizer muito a respeito do futuro de sua carreira e felicidade.
Vale a pena ter amigos
Se fizer uma rápida busca na memória, vai detectar que, nos melhores momentos de sua vida, você estava na companhia de amigos. A viagem com o pessoal da faculdade, as brincadeiras da infância, formatura, comemorações, enfim, em nenhuma delas você estava sozinho. Isso nos faz pensar que as amizades estão presentes nos bons momentos vividos pelas pessoas. Então, por que não fazer grandes amizades no local em que passa a maior parte do seu tempo?
É justamente essa a ideia defendida por alguns especialistas em livros lançados recentemente. Entre eles, O poder da amizade, que traz os resultados de uma grande pesquisa realizada pelo autor Tom Rath, psicólogo e responsável pela divisão de pesquisa no ambiente de trabalho e consultoria e liderança do respeitado Instituto Gallup. Segundo o estudo de Rath, feito com base em mais de 8 milhões de entrevistas do banco de dados do Gallup, podem acontecer as seguintes mudanças quando as pessoas fortalecem as amizades vitais no trabalho:
- Melhora na saúde física.
- Mais felicidade no cotidiano.
- Maior empenho e conquistas no trabalho.
- Expectativas mais claras entre a pessoa e seus parceiros, amigos e colegas de trabalho.
“Mas é possível misturar amizades com o trabalho?”
É claro que ter amizades no ambiente profissional não significa passar horas conversando e deixar as responsabilidades de lado. Pelo contrário, o incentivo às amizades é uma forma de ajudar a tornar o ambiente profissional mais agradável, desenvolver os relacionamentos e tornar a vida melhor. “O ambiente laboral tem suas exigências profissionais e temporais, sendo assim, é preciso deixar as conversas mais longas para o horário do almoço ou para o fim do expediente”, aconselha Dante.
Entretanto, o questionamento a respeito das amizades no trabalho é bastante comum. Durante muito tempo, os métodos considerados ideais para administrar as empresas determinavam que o local de trabalho deveria estar ligado somente à produção, deixando de fora a vida pessoal (como se isso fosse possível).
Essas teorias têm mudado e, aos poucos, as empresas estão percebendo que, para as pessoas terem um bom desempenho profissional, elas precisam estar bem em todos os aspectos. Mas ainda é muito superior à quantidade de empresas que não incentivam o desenvolvimento de amizades dentro de seus ambientes. No entanto, é perfeitamente viável e recomendável que se tenha amigos no ambiente profissional.
Denise Bragotto, graduada em psicologia, com mestrado e doutorado em psicologia na área de criatividade, além de consultora do IDORT/SP e pesquisadora na área de criatividade, explica que a afetividade é fundamental para o bem-estar do ser humano, seja qual for o ambiente: “Ninguém deixa sua personalidade em casa quando vai trabalhar, você continua vivendo, sentindo e se expressando. Sem dúvida, um ambiente de trabalho que promova relações interpessoais saudáveis e permita a expressão da identidade de cada pessoa, onde se encontre camaradagem e confiabilidade, tende a ser menos estressante, mais prazeroso e produtivo, pois ninguém quer apenas uma atividade que gere recursos para pagar as suas contas”.
Na prática, poucos têm amigos – A realidade ainda é bastante diferente do que é recomendado. A própria pesquisa de Tom Rath mostrou que só 33% das pessoas consultadas afirmaram que têm um bom amigo no escritório. Além disso, apenas 20% dos entrevistados relataram dedicar tempo para desenvolver amizades no trabalho.
E o que fazer para mudar essa situação? Para Denise, é importante que as empresas “oportunizem” encontros e reuniões informais, livre das metas e pressões cotidianas, em que as pessoas possam expressar as outras facetas de sua personalidade. “Há uma frase que diz: ‘Ninguém ama o que não conhece’. Um ambiente de trabalho que propicie espaço para um conhecimento mais aprofundado entre as pessoas é interessante, pois facilita o convívio e o reconhecimento de afinidades. Isso propicia o surgimento de novas amizades entre pessoas de setores diferentes – e, muitas vezes, distantes”, afirma.
E você, o que pode fazer para desenvolver amizades no trabalho?
Empresas que estimulam o convívio entre seus funcionários facilitam o desenvolvimento de laços mais fortes de amizades. Mas, como já mencionamos, são poucas as organizações que agem assim. As pessoas têm, portanto, duas opções:
1. Não fazer nada a respeito disso e continuar perdendo a oportunidade de realizar grandes amizades e a possibilidade de ter um desempenho melhor tanto pessoal quanto profissionalmente.
2. Fazer algumas ou muitas coisas. Uma delas é conversar com seus superiores, mostrando todos os benefícios das amizades no ambiente de trabalho ou sugerir que a empresa estimule que as pessoas façam amigos. Além disso, existem diversas ações que você pode colocar em prática para fazer grandes amizades.
O que fazer para desenvolver laços de amizade no trabalho?
Você já fez um curso para aprender a fazer amigos? Não conheço nenhum que tenha essa missão específica, mas existem livros e cursos que ajudam a melhorar o relacionamento com as pessoas. Entretanto, pouca gente investe nesse desenvolvimento, mas, segundo Dante, os profissionais precisam de treinamento sobre interação com outros seres humanos: “Parece incrível, mas, em pleno século 21, as pessoas não sabem interagir de forma mais adequada no trabalho (daí a competição interna, fofocas e panelinhas). É preciso que cada um tenha essa consciência e, dentro das suas possibilidades, quebre esse paradigma”.
Um dos primeiros passos indicados por ele é investir no autoconhecimento. “Esse mergulho interior pode identificar e esclarecer algumas exigências ou dúvidas que, frequentemente, aparecem nas relações. Quanto melhor se conhecer, mais adequado estará para estabelecer boas relações”, acredita. Denise acredita que os laços de amizade se formam por meio da afinidade, da vivência e do desejo de aproximação. É fundamental, portanto, que as pessoas aproveitem os momentos adequados para expressar os seus sentimentos e preferências e se esforcem para conhecer mais sobre os outros. Dessa forma, será possível encontrar afinidades e estender os laços de amizade.
Dante ressalta outro ponto importante: “É preciso identificar e saber lidar com as características das outras pessoas, o que, muitas vezes, exige um grande controle pessoal. Também é importante perceber o momento certo para falar ou agir”. Ou seja, a maturidade emocional, dentro ou fora do trabalho, é fundamental para que se construam relacionamentos vantajosos.
Quantidade X qualidade
No entanto, não há necessidade de ser o melhor amigo de todo mundo, isso seria bem difícil. É importante ter um bom relacionamento com todos os colegas e desenvolver algumas amizades com laços mais fortes.
Tom Rath explica muito bem em seu livro que a palavra “amizade” anda bastante desgastada e que, às vezes, confundimos um colega ou conhecido com um amigo. Durante sua pesquisa, ele achou interessante criar o termo “vital” para descrever amizades que signifiquem algo essencial à vida. “Amigo vital é aquele que melhora sensivelmente sua vida. É uma pessoa imprescindível, alguém que não pode faltar em sua vida pessoal ou profissional”, diz Tom.
Quer saber a resposta da pergunta feita no início desta matéria? Tom sugere que as pessoas façam dois questionamentos para saber se têm uma amizade vital no ambiente de trabalho. São elas:
1. Se essa pessoa (o amigo que você acredita ser vital) não estivesse mais por perto, sua satisfação geral com a vida diminuiria?
2. Se essa pessoa não fizesse mais parte de sua vida, sua produtividade ou seu comprometimento no trabalho diminuiriam?
Depois dessa pausa para reflexões reveladoras, saiba que você pode aproveitar o momento do cafezinho, o horário do almoço, os intervalos das reuniões e também os encontros com o pessoal do trabalho fora do ambiente profissional para conversar mais, descobrir afinidades e, quem sabe, descobrir que um colega pode se tornar um amigo vital.
Os 8 papéis vitais
O segredo, de acordo com Tom, é entender que cada amizade tem suas características, e é preciso entender quais são elas. Ele dividiu essas características em oito papéis vitais:
1. Incentivadores
São aqueles que sempre incentivam você a correr em direção às suas metas. Eles investem no seu desenvolvimento e possuem interesse genuíno no seu sucesso.
2. Campeões
Amigos leais, ficam ao seu lado e das coisas nas quais você acredita. Não só o elogiam na sua presença como também “cobrem a sua retaguarda”, saindo em sua defesa quando você não está presente.
3. Colaboradores
Aquelas pessoas que têm interesses em comum e podem compartilhar com você uma paixão por esportes, hobbies, religião, trabalho e filmes.
4. Companheiros
Estão sempre presentes, sejam quais forem as circunstâncias, e têm um vínculo praticamente indestrutível com você. São amigos pelos quais você arriscaria sua vida.
5. Comunicadores
Esses favorecem a socialização e aumentam a rede de contatos, apresentando você a outras pessoas e ainda conseguem acesso a diversos recursos.
6. Energizadores
São os amigos divertidos que levantam o ânimo e fazem de tudo para energizar e melhorar o seu astral. Estão sempre fazendo e dizendo coisas para que você se sinta melhor.
7. Instigadores
Amigos que ajudam você a expandir os seus horizontes, incentivando-o a acolher novas ideias e oportunidades. Essas pessoas ampliam suas perspectivas e fazem de você uma pessoa melhor.
8. Guias
Aqueles que dão conselhos e mantêm você na linha certa. São os amigos certos para compartilhar seus objetivos e sonhos.
Conte aos seus amigos como eles são importantes – Tom explica que essa classificação não é algo rígido, pois podem existir diversos outros papéis desempenhados por amigos que também são muito importantes.
A classificação apresentada por ele é um indicador das características dos verdadeiros amigos, mas o número de papéis vitais com que cada amigo contribui pode variar de pessoa para pessoa: “Alguns amigos representarão diversos papéis, enquanto outros terão apenas um. Não subestime aqueles que desempenham um único papel admiravelmente bem. O ideal é dedicar atenção ao papel que cada pessoa representa em sua vida”. O certo, segundo Tom, é que uma amizade vital extraordinária pode ser, várias vezes, mais importante que uma série de amizades casuais.
Tom também aconselha que as pessoas conversem com seus amigos sobre o papel que desenvolvem em suas vidas: “Quando você revela a alguém como estima sua amizade, isso melhora drasticamente o relacionamento”. Segundo a pesquisa feita por ele, as pessoas que dizem a um amigo como ele é importante para elas têm 48% mais chance de estar “extremamente satisfeitas com as amizades” que possuem.
Alguns cuidados
Apesar das amizades no trabalho serem importantes, é preciso administrar adequadamente os aspectos negativos que podem surgir. “O desequilíbrio emocional entre as pessoas, tanto para mais ou para menos, pode trazer consequências negativas no trabalho. E isso não é só no ponto de vista da interação, mas da produtividade também”, afirma Dante. Ele também alerta para o devido cuidado com a formação de grupinhos de amigos que se fecham para outras pessoas, alimentando fofoca, competição interna e reclamações generalizadas que não contribuem para um ambiente saudável e desafiador.
Outro ponto importante é estabelecer limites dentro da relação. Não é por que existe amizade que se pode misturar as coisas e se valer dela para obter vantagens. “Uma das melhores ferramentas para manter um relacionamento sadio é o diálogo sincero e verdadeiro. Nada como uma boa conversa para colocar as coisas no lugar. Quando cada um sabe e é lembrado dos seus limites, os vínculos tendem a ser mais transparentes e fortalecidos. Por outro lado, sempre é bom lembrar o respeito que o outro ser humano deve receber, além de uma boa dose de ‘bom senso’ em cada situação”.
5 ações para desenvolver amizades
1. Faça cursos e treinamentos que ajudem-no a aprimorar sua inteligência emocional e o relacionamento com as pessoas.
2. Participe dos eventos promovidos, tanto internamente como externamente, pela sua empresa.
3. Não se feche na sua mesa ou sala, vá almoçar, tomar um café ou visitar um dos seus colegas de trabalho.
4. Não use a falta de tempo como desculpa para não ter amigos. Destine parte de seu tempo para desenvolver e melhorar suas amizades.
5. Sugira que sua empresa desenvolva ações para estimular as amizades.
Karen Jardzwski é jornalista com pós-graduação em marketing. Durante três anos, foi editora da revista Motivação e, atualmente, gerencia o projeto Treinamentos VendaMais. E-mail: karen@editoraquantum.com.br
/3/2010 14:35:15
A indústria brasileira de veículos segue operando com ritmo forte de vendas, com o desempenho de fevereiro sendo o melhor para o mês da história do setor, informou uma fonte do mercado nesta segunda-feira. As vendas de automóveis e comerciais leves em fevereiro subiram 5% no mês passado sobre janeiro e 10,5% na comparação com o desempenho de fevereiro de 2009, para 211,4 mil unidades, de acordo com a fonte.
No início de 2009, a indústria ainda operava em primeira marcha após a crise financeira internacional que secou o crédito no final de 2008. A maior parte das vendas de veículos no Brasil é feita com financiamentos.
O desempenho de fevereiro deste ano se destaca também por ter sido um mês com menos dias úteis de vendas contra janeiro: foram 18 contra 20 no primeiro mês de 2010.
Em janeiro e fevereiro de 2010, as vendas somaram cerca de 412,8 mil veículos, aumento de 8,3% em relação ao mesmo bimestre de 2009.
A associação que reúne concessionárias de veículos do país, Fenabrave, divulga o balanço consolidado do setor, incluindo vendas de ônibus, caminhões e motocicletas na quarta-feira. Já a entidade que reúne montadoras, Anfavea, anuncia dados de produção e exportações, além de vendas, na quinta-feira.
De acordo com a fonte, que falou sob condição de anonimato, a Fiat se manteve na liderança do segmento automóveis e comerciais leves em fevereiro, com vendas de 48,7 mil unidades, crescimento de 7,7% sobre janeiro e de 8,3% sobre o mesmo mês de 2009.
A Volkswagen, em seguida, teve vendas de 43,2 mil unidades, alta de 10,5% contra fevereiro do ano passado.
A General Motors apurou emplacamentos de 42,3 mil veículos, queda de 4% na comparação mensal, mas alta de 10,9% na anual.
A Ford fechou fevereiro com vendas de 23,4 mil automóveis e comerciais leves, expansão de cerca de 4% ante janeiro e também sobre fevereiro de 2009.
O governo prometeu encerrar em abril o desconto no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos bicombustível e movidos álcool. O incentivo, que chegou a valer para todos os automóveis e comerciais e foi prorrogado várias vezes, foi adotado inicialmente em dezembro de 2008, como forma de ressuscitar o setor paralisado pela crise financeira internacional.
Por Redação, com Reuters - de São Paulo
No início de 2009, a indústria ainda operava em primeira marcha após a crise financeira internacional que secou o crédito no final de 2008. A maior parte das vendas de veículos no Brasil é feita com financiamentos.
O desempenho de fevereiro deste ano se destaca também por ter sido um mês com menos dias úteis de vendas contra janeiro: foram 18 contra 20 no primeiro mês de 2010.
Em janeiro e fevereiro de 2010, as vendas somaram cerca de 412,8 mil veículos, aumento de 8,3% em relação ao mesmo bimestre de 2009.
A associação que reúne concessionárias de veículos do país, Fenabrave, divulga o balanço consolidado do setor, incluindo vendas de ônibus, caminhões e motocicletas na quarta-feira. Já a entidade que reúne montadoras, Anfavea, anuncia dados de produção e exportações, além de vendas, na quinta-feira.
De acordo com a fonte, que falou sob condição de anonimato, a Fiat se manteve na liderança do segmento automóveis e comerciais leves em fevereiro, com vendas de 48,7 mil unidades, crescimento de 7,7% sobre janeiro e de 8,3% sobre o mesmo mês de 2009.
A Volkswagen, em seguida, teve vendas de 43,2 mil unidades, alta de 10,5% contra fevereiro do ano passado.
A General Motors apurou emplacamentos de 42,3 mil veículos, queda de 4% na comparação mensal, mas alta de 10,9% na anual.
A Ford fechou fevereiro com vendas de 23,4 mil automóveis e comerciais leves, expansão de cerca de 4% ante janeiro e também sobre fevereiro de 2009.
O governo prometeu encerrar em abril o desconto no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos bicombustível e movidos álcool. O incentivo, que chegou a valer para todos os automóveis e comerciais e foi prorrogado várias vezes, foi adotado inicialmente em dezembro de 2008, como forma de ressuscitar o setor paralisado pela crise financeira internacional.