SALÃO DE DETROIT MARCA ASCENSÃO SOCIAL DOS CARROS COMPACTOS!!!

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12/01/2012 08h28 - Atualizado em 12/01/2012 08h49

Salão de Detroit marca ascensão social dos carros compactos

Nova geração do Ford Fusion e estreante Dodge Dart são estrelas. 
Conexão com Brasil ocorre por meio de carros de luxo. 

Rodrigo MoraDo G1, em Detroit (EUA) - o jornalista viajou a convite da Anfavea

A estrada que nos leva do aeroporto Wayne County ao centro de Detroit é um aviso explícito de que chegamos aos Estados Unidos: centenas de utilitários esportivos e picapes, um bom número de sedãs grandes e algumas minivans avantajadas seguem seus destinos sob um sol atípico na capital do automóvel. No entanto, bem menos inusitada do que a ausência de neve para o mês de janeiro é a quantidade de carros compactos lançados durante a edição 2012 do North American International Auto Show.
ford fusion salão de detroit (Foto: Carlos Osorio/AP)ford fusion salão de detroit (Foto: Carlos Osorio/AP)
O primeiro a confirmar tal realidade é o Ford Fusion, que chega à sua segunda geração. De porte grande no Brasil, o sedã é posicionado nos EUA no segmento de compactos médios. Segundo J. Mays, manda-chuva do desgin da marca atualmente, o grande desafio nesta segunda geração do modelo foi criar um carro que mantivesse o mesmo preço (ou algo bem similar ao) da atual versão, ao mesmo tempo em que seu desenho sugerisse um veículo mais caro.
“Um carro 'premium' não escancara isso na sua cara, mas sim fala mais calmamente. Ele tem mais longevidade e refinamento, e permanece estiloso mesmo após a chegada do seu sucessor”, filosofa o designer. Seu lançamento nos EUA ocorrerá entre agosto e setembro, quase simultaneamente a sua chegada ao Brasil, onde manterá a motorização 2.5 e ganhará a oferta do 2.0 Ecoboost, que aposenta o 3.5 V6.
dodge dart (Foto: Rodrigo Mora/G1)dodge dart (Foto: Rodrigo Mora/G1)
A outra estrela do Salão de Detroit 2012 é o Dodge Dart, ainda mais compacto que o conterrâneo, e que tentará diminuir a folga do Chevrolet Cruze na liderança de vendas no mercado local. Para isso, usa arquitetura Alfa Romeo (o primeiro fruto totalmente novo da união entre Fiat e Chrysler), motores modernos e um design de deixar os rivais com a autoestima abalada. Destaque para a lanterna de desenho inspirado no Charger, mas numa carroceria mais compacta, que ainda exibe uma parte frontal com a identidade da Dodge, porém sem a habitual truculência.
No estande da Chrysler, outra atração é a gigantesca van 700C, que parece ir na contramão da tendência de crossovers e SUVs como os novos carros familiares. Com versões diferenciadas de seus jipes e picapes, Jeep e Ram apenas apresentaram mais do mesmo.
A um tanto apagada Chevrolet, assim como as anfitriãs do evento, apostou em automóveis de dimensões menores, contrariando seu passado. No espaço principal de seu estande, o Sonic RS era acompanhado dos conceitos igualmente pequenosCode 130R e Tru 140S. Assim como na Ford, os tradicionais esportivos (Mustang e Camaro) e picapes ocupavam espaços secundários. As principais atrações da General Motors vieram pelas marcas Buick e Cadillac, que apresentaram os modelos Encore e ATS – este último com o BMW Série 3 na mira. Como se vê, novamente falamos de carros menores do que aqueles habitualmente consumidos pelos norte-americanos.
BMW Série 3 ActiveHybrid (Foto: Rodrigo Mora/G1)BMW Série 3 ActiveHybrid (Foto: Rodrigo Mora/G1)
Europeias e asiáticasAs montadoras do velho continente foram mais pragmáticas e apresentaram em Detroit lançamentos que em breve estarão nas ruas dos EUA. A BMW foi de novo o Série 3 e ActiveHybrid 3, que tem chances de chegar ao Brasil, conforme disse ao G1 o diretor da marca, Ian Robertson. A Mini lançou o Roadster, enquanto a Audi introduziu a reestilização do A4 e o conceito Q3 Vail – o crossover, inclusive, deverá ganhar uma fábrica para ele por lá.
Jetta Hybrid, que começa a ser vendido em novembro, e o interessante E-Bugster foram as atrações da Volkswagen, enquanto a Porsche fez a estreia do novo 911 Cabriolet. A Volvo, discretíssima, encheu seu estande com sua linha já manjada e o inédito XC60 Plug-in, promessa ainda um tanto distante.
Mercedes-Benz SL 2013 (Foto: Reuters)Mercedes-Benz SL 2013 (Foto: Reuters)
A Fiat, dona da Chrysler e mais do que nunca de olho no mercado norte-americano, implorava para o público gostar do 500, o único modelo em seu estande, que se apresentava em diversas configurações, desde o mais básico ao esportivo Abarth. A Maserati, não encontrada por muitos visitantes do salão, espremia-se entre os carros da Jeep e da Dodge com seu SUV Kubang, que já havia sido apresentado no Salão de Frankfurt no ano passado.
Provavelmente, a mais decidida entre as europeias foi a Mercedes-Benz, que lançou a 6ª geração do SL e arriscou (e muito) ao levar o segundo SL construído na história ao evento. O belíssimo conversível era acompanhado dos também estreantes E300 Bluetec Hybrid e E400 Hybrid, além do recente SLS Roadster.
Quanto as asiáticas, atuação um tanto apagada das japonesas, que ficaram concentradas nos conceitos. A Hyundai seguiu a receita das europeias e simplesmente mostrou o que quer vender nos EUA: Veloster Turbo e o Genesis reestilizado. Sua co-irmã Kia, com nada relevante, parece ter ido à Detroit apenas por obrigação.
Brasil
O Salão de Detroit 2012 está longe de ser uma plataforma de lançamentos para o Brasil, mas teve lá alguns estreantes que interessam o brasileiro. O primeiro deles, sem dúvida, é o já citado Fusion, seguido por Mercedes-Benz SL (por aqui no segundo semestre), Porsche 911 Cabriolet (sem data), Audi S4 e Mini Roadster. Há também o Buick Encore, que embora tenha seu futuro no Brasil ainda nebuloso, deve ser utilizado pela Chevrolet em sua renovação de portfólio. Falar algo sobre o Nissan Pathfinder, que já teve desempenho relevante no Brasil, seria antecipado, embora sua comercialização no Brasil não seria surpresa.
 Esta edição do Salão de Detroit não entrará para a história. Também não é uma constatação de que os compactos estão ganhando terreno. Afinal, não se conquista 15% de um dos maiores mercados do mundo do dia pra noite. “Os compactos têm hoje a mesma participação de SUVs, picapes e sedãs, que formam juntos 60%. E são eles que avançarão e tomarão espaço dos outros”, diz ao G1 o ex-gerente nacional de Marketing da Ford do Brasil e hoje atuando nos EUA no lançamento do Fusion, Antônio Baltar. O Salão de Detroit tem como maior mérito transformar os compactos de simples meios de transporte em automóveis desejáveis. Fusion e Dart que o digam
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